Nos dia 18, 19 e 20, realizou-se em São Paulo a ExpoY. Um festival de cultura e negócios, para discutir as principais transformações que estão ocorrendo na era digital e o impacto dessa nova geração no mercado de trabalho.

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O que é geração Y?

É um conceito da Sociologia para definir uma geração que nasceu após 1980 como defendem alguns autores ou no período compreendido entre meados das décadas de 1970 e 1990.
A característica mais marcante dessa geração é não se sujeitar à tarefas subalternas de início de carreira e a luta bons salários ambiciosos desde cedo. São multitarefas, consumidores e difusores de novas tecnologias, preocupados com o meio ambiente e causas sociais.
A revista Galileu trás um ótimo texto para entender melhor essa geração.

O que eu ouvi na ExpoY

Em meio à inúmeras palestras e mesas redondas, o que pude perceber é que há muito preconceito em relação aos Y. Colocaram inúmeros rótulos nessa geração, como esses da descrição acima. O Y é insubordinado, o Y não pára em emprego algum, o Y é disperso, o Y é egoísta etc.

Na verdade o Y é o jovem. Aquele mesmo jovem contestador, inseguro e muitas vezes imaturo que tivemos nas gerações passadas. Há basicamente três pontos que diferencia o Y das gerações anteriores: avanços tecnológicos, velocidade da informação e pertencer, quase que exclusivamente, às classes A e B.

Quando o Y é rotulado como “raso”, do ponto de vista intelectual, não poderia ser diferente. O volume de informação que ele recebe é imensamente maior do que o recebido pelas gerações anteriores. Por outro lado ele desenvolveu a capacidade de agrupar inúmeras informações, compreender rapidamente o contexto e se aprofunda nas questões que têm significado para ele.

Temos Y engajados em causas sociais, políticas, econômicas, de saúde pública, assim como temos aqueles engajados em causas ultra-super-específicas, no rock, nos games, na rede etc.

É certo que o advento da internet e, mais recentemente, das redes sociais, criou uma geração que deu origem um paradoxo nas relações sociais, onde aparentemente nos relacionamos com mais pessoas, quando na verdade esse número é cada vez menor. Contudo não há como negar os benefícios trazidos por essa verdadeira revolução nas relações sociais, que como todo avanço, tem um lado bom que coexiste com um lado ruim.

O efeito da Geração Y no mercado de fitness

Academias que tem como público alvo as classes A, B e C ascendente, precisam se preocupar em atender a geração Y em duas pontas: clientes e colaboradores. Não se preocupar com essa geração é pedir para enfrentar problemas.

O que tenho observado é a preocupação de algumas academias em atender clientes Y. Principalmente na região sudeste, há investimentos pesados em tecnologia. Aulas de bike 3D, aparelhos ergométricos com vídeo game, canais de música e tv exclusivos, acesso à internet e a presença nas redes sociais, podem ser alguns exemplos de iniciativas nesse sentido, mas nem sempre é preciso um investimento muito grande para inovar. Um bom lugar para se ter acesso à tudo que há de novo no mercado de fitness é na 12ª IHRSA – Fitness Brasil, que irá acontecer em São Paulo de 1 à 3 de setembro de 2011 e também uma boa oportunidade para medir como o mercado está se comportando diante dessas novidades.

Onde vejo uma menor preocupação ou nenhuma é em relação ao colaborador Y. A alta rotatividade de profissionais de educação física nas academias é reflexo disso e não apenas de questões salariais. É preciso esquecer o rótulo de que o Y fica pouco tempo no mesmo emprego, já existem pesquisas que apontam que isso é mito. Sim, o Y tende a ficar menos tempo na mesma empresa do que as gerações anteriores, mas não significa que esse tempo seja pequeno. Uma verdade é que nem sempre o salário pesa nessa decisão, o que contradiz outro rótulo Y, mas a falta de reconhecimento, a falta de orientação para o aprendizado e a falta de feedback podem ser decisivos.

Ignorar essas duas pontas da geração Y na academia pode significar a perda de clientes e uma equipe de professores de baixa qualidade. Para contornar essas situações meu conselho é antes de tudo ouvir, prestar a atenção no que essa geração está tentando dizer quando assume, em alta velocidade, comportamentos tão parecidos e ao mesmo tempo tão diferentes dos jovens de ontem.